Peneda El Sonido de la Roca

       

Meadinha Peneda

Filosofia de Escalada

"...deves preparar-te amparado em valores limpos, em que o respeito por tudo e todos seja a tua fórmula principal...".

        Vou tentar (como parede de pedra que sou!) transmitir o que os sentimentos dos mortais chegam a conseguir gerar entre vocês através das diversas formas de os comunicar, as quais ao serem empregues inadequadamente, não chegam a transmitir o que realmente se sente, causando um resultado de desaprovação, o qual deve ser evitado, ainda que não se partilhe das mesmas ideias.
        As diferentes ideias ou formas de pensar, enriquecem os seres humanos, porém não esqueçamos que também os confronta; e é aqui que cada um tem que fazer a sua parte para evitar tais confrontos.
        Cada um decidirá que caminho seguir(confronto ou entendimento), e o caminho seguido será como íman regido pela lei da atracção, por conseguinte não esqueçamos que o confronto afasta e o entendimento aproxima, o confronto destrói e o entendimento constrói; deixemos de lado o confronto decidamos seguir o caminho do entendimento; para tal tendes que dotar-vos de armas que combatam e destruam qualquer sinónimo contrário ao entendimento, para que as diversas ideias possam fluir lado a lado no mesmo trilho; deves preparar-te amparado em valores limpos, em que o respeito por tudo e todos seja a tua fórmula principal, que te permitirá ser mais tolerante com os teus semelhantes e mais exigente contigo mesmo.
        Este princípio ajudará a dar o valor real, até ao que parecia não o ter, sendo que o mais grave é tê-lo e por momentos esquecer de o valorizar, por exemplo:” quando não se tem problemas de saúde, nem pensamos nela”, inclusivé em determinadas situações a pomos em perigo, porém quando temos um problema de saúde, o valor real vem à mente, sobretudo pelo quanto está sofrer. Por conseguinte, tudo tem o seu valor...se tu valorizas as tuas ideias, porque não valorizar as dos outros?
        Dito isto, que se aplica em tudo na vida, apliquêmo-lo ao que nos traz aqui: a montanha e a escalada! É aqui que em tempos idos, se inicia certa actividade, que com o passar dos anos vai moldando-se e adquirindo outras formações, até chegar aos nossos dias,aonde a diversidade de modalidades, inclusivé dentro das mesmas, nos encontramos com ideias diferentes para abordar as actividades; é aqui que se geram ideias que podem ser ou não partilhadas por outros semelhantes, ideias colectivas em busca do meio com as caracteristícas adequadas para as pôr em prática.
        Não caias no erro de rejeitar o que não defendes, em vez disso, escuta e vive essas ideias limpas que outros seguem e pensa que que se há alguém as segue é porque acredita nelas, assim como tu nas tuas.
Podiamos ir mais além e perguntar:
        -Qual é a ideia ou ideal que te guia pelo caminho correcto?, creio que antes desta pergunta cada um teria que perguntar a si próprio:
        -O que quero, o que procuro?
        Desta forma podes presumir, que graças a pessoas como tu, e tu próprio, o poder de eleger o lugar ou lugares que mais se adequa às ideias que defendes, elegendo um monte, uma cordilheira, zonas de boulder, zonas escola, que se preparam ou não com base nessas ideias, as quais haveis eleito porque coincidem com a vossa forma de ver essa actividade; e haverá outros que partilham com outros uma forma diferente da tua, e outros que se identificam com tudo o que seja verticalidade, seja nas pequenas e explosivas alturas como nos podem oferecer o boulder, ou numa grande parede de 1000 metros, ou inclusivé, em solitário numa parede selvagem de 3000 metros nos Himalaias. Recorda que todas as actividades que estejam relacionadas com mundo vertical são ricas, necessárias e que de nenhuma se deve prescindir.
        Porque a escalada é rica, pela sua diversidade podes receber o “abanão” que precisas para eleger o que realmente buscas, até onde queres chegar; de ti virá o esforço queres e terás que empregar, é aqui onde podes...
...podes praticar uma escalada de iniciação à busca de algo fundamental na vida e sobretudo num desporto de risco como a escalada: a segurança em ti mesmo!
        Tudo nesta vida tem um preço e ser-se seguro também, o esforço que terás que empregar, a tua força terá que lutar contra três factores muito importantes, tal como o grau técnico, mas também com os dois mais importantes para que consigas uma boa segurança: o factor de exposição e o factor psicológico; pela minha superfície aprenderás a dominar as tuas emoções, e quanto mais as domines, mais te aproximarás de ser seguro contigo mesmo; nunca ignores que aquilo que tu és é aquilo que tu podes oferecer. Esforça-te em ser seguro e não caias na trampa da confiança em ti próprio. Tens que ser seguro e nada mais. A confiança tem que existir dos teus companheiros para ti, porque tu és...o quê?...SEGURO... e os teus companheiros têm que se esforçar também para que possar confiar neles, é uma função de reciprocidade; se seguro , pela lei da atracção será facilitado que apareça a segurança nos demais. É por isso que estou aqui, para que com uma nova arma que te brindo - a sensatez- (que te ajudará a diferenciar entre a confiança e a segurança), possas escalar pelo meu relevo cheio de fissuras , as quais, muitas delas terás que autoequipar, encontrarás placas onde as distâncias entre chapas são mais distantes que o habitual e a concentração para enfrentar as diferentes vias não deves permitir que desvie ao temor pela dureza do factor psicológico e exposição, pelo contrário, estarás deviando-te do caminho para a segurança.
        Se o que buscas é segurança em ti mesmo, vem.
        Tua sempre,

    Meadinha

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Procedimento de Abertura de Novas Vias

"...um ser humano não é dono nem da sua própria vida...a decisão tomada seguirá cultivando a harmonia deste local...".

        Deixemos de lado o sentimento de possessão, digo isto, porque um ser humano não é dono nem da sua própria vida, “ no momento em que menos se espera se pode ver despojado dela”.
        Por conseguinte Eu (Meadinha), uma parede como muitas outras paredes, zonas escolas, campos de boulder e todo o que se nos poder ocorrer, não sou de ninguém e quem quiser poderá decidir de que forma abrir uma via pelos meus relevos. É aqui que peço que mesmo sendo as tuas ideias diferentes ou não, fluam paralelas à forma de respeitar o tipo de escalada que nesta escola se pratica, invariável ao longo da história; de igual modo repeitas a outros locais...porque não aqui também???
        Para tal eu gostaria que, antes de decidires abrir um novo itinerário, me conhecesses escalando pelos meus relevos, “empapándote” nas vias e escutando a filosofia que durante gerações se defende.
        Confio que a decisão tomada seguirá cultivando a harmonia deste local. Se em algum momento tiveres dúvidas, eu estarei aqui, - ainda que seja de pedra saberei escutar-te.
        Para sempre,

Meadinha

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